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Tenho uma santa inveja de quem sabe de cor e salteado mil nomes de cores. Sou um analfabeto funcional no que diz respeito a elas. Até já peguei o “Trem das Cores”, do Caetano, mas, não faço idéia do que está falando e continuo analfabeto.
Não falo de uma cor qualquer, básica, mas destas com nomes tão “
cerebrinos” que parecem nem existir. Em outras línguas parece-me ainda mais assombroso. Não sei dizer se gosto mais das cores, propriamente, ou dos inumeráveis e incríveis nomes que lhes dão.
Os Esquimós têm uma razão prática que os leva a distinguir e nomear centenas de variáveis de “branco”. É dito ser de importância capital na cultura deles. É fato, dizem os antropólogos, e acredito.
Por outro lado, e para dar uma idéia - fiz uma pesquisa, evidentemente – atentem para esta pequena lista com alguns nomes, em francês, da multiplicidade da cor azul, “bleu”:
Bleu céruléen; Bleu charrette; Bleu charron; Bleu ciel; Bleu cobalt; Bleu d'Anvers; Bleu de Berlin; Bleu de France; Bleu de minuit; Bleu de Prusse; Bleu des mers du sud; Bleu dragée;Bleu électrique; Bleu France; Bleu fumée; Bleu givré; Bleu guède; Bleu hussard; Bleu Klein; Bleu lavande; Bleu Majorelle; Bleu marine; Bleu mineral; Bleu nuit; Bleu outremer; Bleu paon; Bleu persan; Bleu pétrole; Bleu roi; Bleu Roy; Bleu saphir; Bleu sarcelle; Bleu turquin; Bleu turquoise...
Seria uma glória, pra mim, poder distinguir um “azul elétrico” de um “azul dos mares do sul”, ou o “azul meia-noite” do “azul furtivo”.
Não sei se você é da casta destes seres privilegiados que realizam esta proeza e se é de importância capital para você distinguir um “azul cadete” de um “azul camarada”. Por qualquer razão que seja, se consegues distinguir, tendo eu confessado minha santa inveja, meus parabéns.
“Azul furtivo”... É demais, não é? Não sei, e acho que nunca conseguirei, distinguir dos outros, mas, apenas pelo nome já acho lindo!
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